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Nos últimos anos, mudanças importantes aconteceram para a inclusão de mais mulheres no mercado de tecnologia. Começamos a falar mais sobre o assunto e com isso, as empresas precisaram se preparar para diversificar seus times.

Mulheres também têm apresentado mais interesse pelo mercado de tecnologia. Em 2021, o interesse feminino em vagas de TI cresceu 22%.

Contudo, apesar do interesse crescente em vagas e dos grandes números de mulheres capacitadas para a atuação na tecnologia, esse mercado segue dominado por homens. A mesma pesquisa citada acima mostra que na maior parte das empresas analisadas, mulheres somam no máximo 20% do time.

Esses dados nos mostram que ainda há um longo caminho a percorrer. As mulheres já estão capacitadas para trabalhar com tecnologia tanto quanto os homens, além de mostrarem interesse na área. Então, quando falamos em mulheres no mercado de tecnologia, cabe pensar em como as estruturas sociais influenciam na questão.

Hoje preparamos um post sobre desafios e oportunidades para as mulheres no mercado de tecnologia. Boa leitura!

Leia mais: O que é o Metaverso? Entenda melhor sobre o assunto.

A atuação das mulheres na tecnologia é histórica

O machismo é uma realidade, um problema estrutural presente mesmo quando as pessoas não acreditam em sua existência. Muitas pessoas preferem não tocar no assunto, por acreditar que, assim, o problema desaparecerá. A escritora feminista Audre Lorde já nos alertava que o silêncio não nos protegerá, portanto, que falemos mais sobre o assunto.

Para começar, é preciso compreender que a atuação das mulheres na tecnologia é histórica e repleta de personagens emblemáticas. Em 1843, Augusta Ada King, mais conhecida como Ada Lovelace, criou o primeiro programa de computador do mundo. Ela foi responsável por classificar o algoritmo processado pela máquina.

Sem equipamentos para comprovar sua teoria, seus estudos foram comprovados apenas mais de 100 anos depois da sua morte. Realmente uma mulher à frente do seu tempo.

Se uma mulher sozinha conseguiu esse feito, devemos destacar o trabalho em grupo feito por mulheres. Seis mulheres conhecidas como “garotas do ENIAC”, foram responsáveis pela programação do primeiro computador totalmente eletrônico e digital, o ENIAC. Adele Goldstine, Betty Snyder, Fran Bilas, Kay McNulty, Marlyn Wescoff e Ruth Lichterman criaram protocolos seguidos até hoje.

Também podemos destacar a figura de Grace Hopper, a primeira graduada de Yale a conquistar PhD em matemática. Responsável por criar a COBOL, uma importante linguagem de programação.

Poderíamos listar mais uma série de figuras históricas para comprovar que a tecnologia já evoluiu muito até aqui por conta da atuação das mulheres neste campo. Mas devemos dizer que a contribuição das mulheres para a tecnologia não é algo do passado. Hoje, a diversidade de gênero nas empresas é responsável por trazer ótimos resultados, apesar do mercado ainda ser predominantemente masculino.

O gap de gênero no mercado de tecnologia

Embora a atuação das mulheres na tecnologia seja histórica e possamos ver bons exemplos de mulheres à frente de grandes empresas do ramo da tecnologia, a realidade ainda não está perto do ideal. Apenas 38% das mulheres formadas na área conseguem seguir atuando nela.

De acordo com dados da ATN (Associação Telecentro de Informação e Negócio), há 36.300 mulheres formadas na área buscando uma oportunidade de trabalho. O gap de gênero no mercado da tecnologia é imenso e as causas para isso, como poderíamos imaginar, são complexas.

Um estudo da PwC, o qual fez uma pesquisa com universitárias de nível A de diferentes universidades e chegou a algumas conclusões. O gap de gênero se inicia na percepção das mulheres desde a escola, persistindo em todas as etapas da vida. Mulheres capacitadas não seguem carreira tecnológica por uma série de motivos, dos quais listamos alguns:

  • Falta de exemplos femininos a serem seguidos. Na pesquisa, apenas 22% das estudantes souberam apontar uma mulher importante na tecnologia. Por outro lado, ⅔ das entrevistadas souberam nomear um homem importante no ramo.
  • Não recebem informações sobre possíveis áreas de atuação dentro da tecnologia. Em suas experiências, seja em casa, na faculdade ou no trabalho, ninguém apresenta a área como uma possibilidade de carreira para elas.
  • ¼ das estudantes já adiaram sua carreira na tecnologia por se sentirem intimidadas. Atuar em um ambiente dominado por homens não é atrativo para essas estudantes.

O mesmo estudo mostrou que as estudantes se sentiriam mais motivadas a seguir carreira na tecnologia com mais exemplos positivos de mulheres e mais informações. Além disso, sentir que as soluções tecnológicas são pensadas para diminuir as desigualdades também é um incentivo.

A diversidade traz impactos positivos aos negócios

Se faltam bons referenciais e informações sobre atuação na área, agora vamos mostrar os impactos positivos das mulheres nos negócios. Afinal, nem só de desafios a área da tecnologia é constituída. Uma das informações relevantes que podemos trazer é que mais mulheres em cargos de liderança significa mais empregos para mulheres.

Gender Equality Index da Bloomberg mostra que empresas de tecnologia lideradas por mulheres têm também mais mulheres em cargos de gerência sênior. Além disso, as mulheres são 10% mais bem remuneradas em comparação com as empresas lideradas por homens.

A remuneração atrativa e em equidade indica bons índices de faturamento. O levantamento da Bloomberg mostrou que as empresas preocupadas com a equidade de gênero tiveram aumentos entre 5% e 20% em suas receitas. Esses dados nos mostram que a inclusão de gênero beneficia mulheres em busca de oportunidades e empresas que desejam crescer.

Apesar dos dados positivos, a realidade é que no Brasil apenas 3% das empresas possuem uma mulher como CEO.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido, que inclui programas de capacitação para mulheres, educação positiva cercada de exemplos para as mulheres e a adequação do próprio mercado de trabalho.

Se os resultados já são positivos com todos os desafios enfrentados pelas questões de gênero, imagine como seria se toda a sociedade lutasse ativamente pela inclusão? Mais diversidade nas empresas (e não apenas de gênero) contribui para que os negócios tenham uma visão mais diversa e cresçam junto com a sociedade. Trazendo assim, impactos não apenas para o mercado de trabalho, mas no crescimento social.

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